quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

VOLTEI! VOLTEI? SEI, NÃO? NÃO, SEI!

"Quando escrevo, repito o que já vivi antes.
E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente.
Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo
vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser
um crocodilo porque amo os grandes rios,
pois são profundos como a alma de um homem.
Na superfície são muito vivazes e claros,
mas nas profundezas são tranqüilos e escuros
como o sofrimento dos homens."

João Guimarães Rosa Escreveu isso. Mas escreveu muito mais. Aliás, parece que mais escreveu do que falou. Falou pouco, como bom mineiro, mas muito bem. Levou quatro anos para tomar posse na Academia Brasileira de Letras, por medo de falar. Pode? Tomou posse, falou e três dias depois morreu, calado, em casa, sozinho.

Até agora não consegui terminar dois livros que escrevo: um, sobre minha nova vida, após os quarenta, com a fibromialgia; o outro, uma ficção sobre a minha experiência com a política, aquela dos bastidores, das coisas da “polis”. Até agora não sei sei quem dói mais – as coisas da “polis” ou a fibromialgia. Acho que enquanto não eliminar essa dúvida, ambas continuarão inconclusas. Parece medo de acabar como o Rosa.

Plantei muitas árvores, algumas centenas delas e tenho uma filha – Sofia. Falta o livro

O crocodilo de Rosa seria o mesmo monstro de Kafca? Fibromialgia e política, para mim, isto é certo, por enquanto, sofrimentos do homem.

Agora vou consertar um brinquedo da minha filha. Que delícia!  E ainda é um instrumento musical. Aconselho todos. “Quelemém” me disse que é bem.

Inté.

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